Terapia do corpo, terapia da mente

Gosto mesmo das minhas aulinhas de body balance, fazem-me bem ao corpinho e à alminha também. E gosto especialmente dos 5 minutinhos de conversa que tenho com a minha amiga J., sempre que faço questão de lhe dar boleia até casa, embora ela viva do outro lado da rua. Mas sabe-me bem, identifico-me com ela, conto-lhe coisas que até agora só tinha contado à minha melhor amiga. Mas hoje perdi a vergonha de que alguém pudesse gozar comigo e contei. E sabem-me bem estas confissõezinhas, porque ela também as tem e porque é recíproco e porque ela me entende tão bem.

Então aqui vai uma confissãozinha daquelas que até agora só o meu Bicho e a Espiga é que sabiam. Sou muito supersticiosa, muito mesmo. Mas não é cá daquelas coisas de gatos pretos e escadas e essas coisas já inventadas. Não, eu invento as minhas. E acho que se não fizer as coisas como me proponho, que alguma coisa de mal pode acontecer.
Lembram-se do filme "Melhor é impossível" com o senhor Jack?? Pois, meus amiguinhos queridos, eu confesso que também tenho assim algumas nóias parecidas. Tipo não pisar uma linha, ir só por determinado sítio, etc. Então coisas parvas que faço cá por casa são aos molhinhos: começar a fazer a minha cama sempre pelo mesmo lado (neste caso o meu), pendurar a roupa sempre com as molas a fazer "pandan" na cor, pensar que o meu número da sorte é o 4 porque tenho duas filhas e dois sobrinhos que no total faz 4, deixar os interruptores das escadas sempre em posição igual, atender o telefone sempre com a mão direita, dizer sempre "sonhos cor de rosa" às minhas filhas antes de dormir (e mesmo quando elas já dormem digo à mesma como se me ouvissem), e poderia contar muitas mais manias a que eu me resigno. E não, não me digam que são rotinas porque isto é muito mais do que isso. Isto já ultrapassa o bom senso das rotinas, isto são paranóias e embora eu saiba que o que acontece de mal é porque tem que acontecer, é mais forte do que eu achar que é coincidência. Quando me esqueci de por os botões na mesma posição, a minha avó Joana morreu, quando atendi o telefone à pressa com a mão esquerda porque estava a escrever ao mesmo tempo com a direita, a minha Fifas foi para o hospital com uma fissura no coccix. Mas ainda tenho uma assim mesmo parva e que envolve animais. A minha avó Bia tinha uma crença que dizia que os animais dão a vida por nós. Sempre que algum animal meu morre ou tem um problema grave, alguma coisa de mal acontece a alguém. Morreu o meu papagaio de estimação no dia em que o Rui teve um acidente gravíssimo de carro e hospitalizou um rapaz. A minha cadela foi atropelada, caiu um armário em cima da Rita e o primeiro pensamento que eu tive foi de que tinha perdido a minha filha. O meu cão desapareceu, a minha mãe foi para o hospital com uma cólica renal. A minha gata morreu em trabalho de parto quando eu estava grávida e as minhas paranóias levavam-me a pensar que era para a minha bebé nascer saudável. Ok, são coincidências, mas isto é mais forte do que eu e não consigo. Mas numa coisa eu sou boa, não tenho tiques corporais, ok??

Vá, agastem-me a mioleira, piquem-me os miolos, moam-me a alminha porque eu mereço. É que confissões destas não são todos os dias que se fazem e hoje eu fui uma mãos largas.
Eu acho que isto deve ser uma doença grave, alguma demência da qual eu padeço, só pode!! Devo ser maníaco-compulsiva... Terei cura?? Ou estarei para sempre perdida??

Beijitos doces